Nos primeiros meses de 1854, foram feitos os estudos necessários, e , a 15 de maio, era remetido ao Governo Provincial para a devida aprovação, o plano da obra:
“A casa do açougue da cidade da Vitória terá de comprimento 140 palmos, e de largura 45, e de altura de sapata, 16 palmos”.
“Será fechada com paredes dobradas. Terá de frente cinco postas partidas e gradeadas, formando-se sobre estes, arcos, sendo a largura de 6 palmos”.
“Em toda extensão da parede da retaguarda haverá cinco óculos, fronteiros às portas da frente, e de um e outro lado das extremidades daquela parede, uma porta, também com a largura de 6 palmos”.
“O teto será levantado sobre cinco tesouras. O pavimento será ladrilhado de tijolos de alvenaria”.
“Toda a casa será circulada com calçada de cinco palmos de largura, sendo por dentro rebocada de barro e areia, e por fora, com cal, barro e areia”.
“Todas as madeiras para esta obra serão de boa qualidade”.
A planta foi levantada pelo engenheiro de obra públicas Feliciano Rodrigues da Silva.
A 22 de março de 1855, recebia a Câmara o orçamento da obra, calculada em quatro contos e quinhentos mil réis (4.500$000). Mandou, então, publicar o edital de concorrência.
A 23 de abril, propunha o vereador João Florentino de Goes Cavalcanti que, em vez de cinco, tivesse o açougue sete portas, deixando de ter parapeito e de ser feito com cal, por ter o barro forte consistência para a segurança do mesmo, e ainda por medida de economia.
A proposta foi aprovada e a planta alterada nesse pormenor.
Arrematou a construção da obra Felipe Cavalcanti de Albuquerque, por 4.499$000.
Cavados os alicerces, foi lançado a pedra fundamental ao dia 19 de novembro, com a presença da Câmara, que nomeou como inspetor do trabalho o vereador Alexandre Bezerra de Albuquerque Barros.
A ocorrência da terrível epidemia de cólera, em 1856, determinou a paralisação do serviço.
Em 13 de janeiro de 1862, informava a Câmara ao governo que o novo arrematante, João Florentino de Goes Cavalcanti, reiniciara a construção, deixando as paredes em respaldo e nesse estado se encontrava a obra, e , “porque aumentando de preço os materiais, carpinas e serventes, depois da peste da cólera, o arremate reclamara por novo orçamento, desonerando-o da responsabilidade, mas não abrira nova concorrência por se não ter feito novo orçamento.
Como de rotina em serviço públicos, permanecia sem solução o prosseguimento do trabalho, alegando a Câmara, em informação ao Governo Provincial, que, por não haverem aparecido empreiteiros e licitantes, a construção estava paralisada e se arruinando com o tempo, pedindo, em 26 de junho de 1864, autorização para acabá-la por administração.
A um pedido de esclarecimento, respondeu que com três contos de réis (3.000$000) se poderia concluir o edifício.
Atendido o requerimento, reiniciou a Câmara os trabalhos por sua conta.
No dia 11 de novembro de 1855, era solenemente inaugurado o novo a novo açougue.
Foto: Açougue Municipal atualmente. – Imagem: Blog Mariana Amália – |
Fonte: José Aragão – Livro História da Vitória de Santo Antão, Volume 2.
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