Perspectivas boas para o mercado da cana-de-açúcar em 2019. De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Pernambuco (Sindaçúcar-PE), a produção de etanol na safra 2018/2019 aumentou em quase 35% em relação a 2017/2018. Além disso, a moagem da cana teve crescimento de quase 6%.
A produção de etanol foi a que teve o maior destaque. Foram gerados 431 milhões de litros do biocombustível, aumento de 34,84% em relação a 2017/2018, quando foram produzidos 320 milhões de litros de etanol. De acordo com o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, a melhora se dá pelas condições climáticas favoráveis à produção, além da movimentação do mercado.
“Para o açúcar, Índia e Tailândia crescem com subsídios distorcivos ao mercado livre mundial. Além disso, o petróleo acima de U$S 70 tem aumentado os preços da gasolina. Assim, o etanol tem sido uma melhor alternativa”, explica Cunha, dizendo que o biocombustível já substitui mais de 38% da gasolina consumida no Estado.
Por isso, a região Nordeste está destinando mais cana-de-açúcar para a produção do etanol. A atividade fica com cerca de 59% da colheita. Os outros 41% vão para o açúcar.
Na safra 2018/2019, o esmagamento de cana-de-açúcar recebeu 11,4 milhões de toneladas, crescimento de 5,63% em relação a 2017/2018, quando foram aproximadamente 10,9 milhões de toneladas. Com isso, a produção de açúcar se manteve praticamente estável, com 732 mil toneladas, mesmo com a alta da fabricação de etanol.
As chuvas foram um dos principais fatores que auxiliaram na safra. A precipitação média aumentou tanto na Zona da Mata Norte, quanto na Mata Sul do Estado, com picos de 92 milímetros (mm) e 165 mm, respectivamente. E o clima segue ajudando em 2019. Até o momento, foram registrados picos de 140 mm de chuva na Mata Norte e de 180 mm na Mata Sul.
As condições climáticas, inclusive, devem ser o grande termômetro para os próximos ciclos da cana. Isso porque programas tecnológicos para melhorar o armazenamento dos recursos hídricos devem ser prioridade. O setor espera, então, ampliar a colheita nas próximas safras, chegando a 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar já em 2021/2022.
“São metas arrojadas, mas que podem ser obtidas se houver melhora nas questões climáticas e um programa de segurança hídrica e irrigação. O Sindaçúcar e a Novabio, inclusive, estão empenhados na formulação de um programa tecnológico de irrigação para o Nordeste”, encerra Cunha, que vai apresentar esse pleito à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na próxima segunda-feira, quando ela fará uma visita a Petrolina. Na ocasião, o presidente do Sindaçúcar-PE e da Novabio também promete abordar o uso da tecnologia na colheita da cana.
FolhaPE