O sonho de ter uma família foi concretizado na vida do adolescente Paulo Roberto De Souza Lyra, de 17 anos. No dia 12 de dezembro passado, a Vara Regional da Infância e Juventude de Vitória de Santo Antão concedeu a adoção do adolescente, que, desde os dois anos de idade, se encontrava abrigado no Instituto Vitória Humana.
A adoção foi realizada através do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). A sentença foi concedida pela juíza Anna Paula Borges Coutinho. O novo pai, Samuel de Souza Lyra, reside no município de Camaçari, na Bahia. A vinculação aconteceu no mês de julho de 2017, seguida de uma aproximação que foi realizada através de telefone e do aplicativo WhatsApp.
A guarda provisória foi concedida em agosto, após a ida de Samuel Lyra à comarca de Vitória de Santo Antão, onde os dois declararam o desejo pela adoção. O estágio de convivência transcorreu por três meses. A avaliação do referido estágio foi efetuada pela comarca de Camaçari, com pareceres favoráveis à adoção. Conforme repassado pela assistente social Mônica Oliveira, pai e filho autorizaram, por escrito, a divulgação da adoção com o uso das imagens de modo de estimular outras pessoas a realizarem a adoção de adolescentes.
“Há muito tempo, queria adotar um filho e minha única exigência é que ele fosse maior de 7 anos de idade. Compartilho a ideia que todo ser humano é essencialmente bom, mas a vida machuca e marca algumas pessoas. Não posso dizer que têm sido fácil, assim como não é fácil para qualquer pai de adolescente. Porém, sou o adulto da relação e preciso dar amor, ser cuidadoso e compreensivo com Paulo. Ele é meu único filho e a pessoa mais importante pra mim. Por isso, temos feito um esforço conjunto: ele para ser meu filho e eu para ser o pai dele, pois conviver é um ato complexo. Sem amor e cuidado um com o outro, nenhuma relação sobrevive. Aproveito e faço um apelo para que as pessoas pensem na adoção tardia. Faria tudo de novo, adotaria novamente um adolescente, porque Paulo trouxe muita alegria para minha vida”, declarou o pai Samuel Lyra.
Para a juíza Anna Paula, a experiência foi muito gratificante, sobretudo tendo em conta a dificuldade que adolescentes encontram para serem adotados. “Percebemos o amor de ambos já no primeiro encontro. Esse pai foi maravilhoso ao escolher um garoto que já nem esperava mais ser adotado. Participar desse processo trouxe satisfação para toda equipe e espero que o ato leve esperança para outros jovens que se encontram abrigados”, disse a magistrada.