Cartão postal do município, a igreja Matriz de Santo Antão segue interditada para obras de restauração do forro de madeira. O prazo para a conclusão seria de dois meses, no entanto, a necessidade de realizar novos serviços e o tempo chuvoso prologam as obras. Em paralelo com o andamento da restauração, a paróquia tem realizado campanha para arcar com os custos.
Durante o período de interdição, iniciado em 1º de maio, as atividades religiosas estão ocorrendo na vizinha Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Aos sábados, as missas ocorrem em dois horários, às 17h e às 19h. Já aos domingos, são cinco horários: 6h30, 7h, 11h, 17h e às 19h.
Segundo o pároco de Santo Antão, monsenhor Maurício Diniz, no desenrolar das obras a equipe identificou que duas tesouras do telhado estavam comprometidas, o que acrescentou mais serviço. “Como todo o forro já havia sido retirado, decidimos fazer logo a troca das tesouras. E aí, com essas muitas chuvas dos últimos dias, veio a alagar a igreja”, explicou ao Blog Nossa Vitória.
Ainda o segundo religioso, estima-se que a previsão para reabertura da igreja seja no prazo de quatro a cinco meses. “Não vamos dizer que é antes para não causar expectativa com os fiéis. Nós estamos celebrando de forma inadequada no Rosário, em vista do tamanho. Muito menor a igreja, fica superlotada”, disse.
A obra complexa envolve dezenas de pessoas trabalhando, inclusive especialistas. “A dificuldade é a parte artística. Não é um forro comum. A gente vê que o forro da Matriz de Santo Antão é um forro artístico e nós fizemos questão de fazer toda a restauração conforme a versão antiga”, afirmou.
A pintura da imagem de Santo Antão, que ficava localizada ao centro do forro, também passará por restauração. “Nós pedimos ajuda a Pedro Ferrer, presidente do Instituto Histórico da Vitória, e ele trouxe aqui um pintor para olhar essa questão artística, que terá o acompanhamento dele”, enfatizou.
Para arcar com os custos, está sendo realizada a campanha do envelope, que pode ser pego nas missas, na secretaria paroquial e no plantão do Dízimo. Os fiéis pegam o envelope e devolvem com uma contribuição, de qualquer valor. Outra forma de contribuir é depositar qualquer valor na conta da paróquia: Agência: 0233-X, Banco do Brasil, conta 60.617-0, CNPJ 01.821.510/0001-92.
HISTÓRICO – A primeira capela de Santo Antão foi construída em 1626. A modesta ermida de taipa, construída por Diogo de Braga, foi, no correr dos anos, substituída por outra igreja maior, que se tornou Matriz quando foi criada a Freguesia.
Em 1873, a antiga Matriz foi demolida, iniciando em 1875 a construção da atual, que, inacabada, foi aberta em 29 de junho de 1880, em virtude da interdição então imposta à igreja do Rosário, que servia de Matriz provisória. A capela do Rosário foi interditada devido o morticínio ocorrido nela, durante o conflito político da Hecatombe da Vitória, ocorrido em 27 de junho de 1880.
Em 1881, o novo templo foi totalmente concluído e inaugurado oficialmente, pelo então Pároco, Cônego Marcolino Pacheco do Amaral. Posteriormente, algumas restaurações foram feitas, porém, sem alterações substanciais. A última grande reforma foi iniciada em 1979 e encerrada em agosto de 1984, quando também foram restauradas suas principais imagens.
Entre os anos de 2001 e 2006, sob a supervisão do Monsenhor Renato da Cunha Cavalcanti, as pinturas das artes sacras nas paredes foram feitas pelos artistas plásticos Carlos Brito e Deusdedith da Mata.
Por Danilo Coelho, do Blog Nossa Vitória
Fotos: Victor Santos/Blog Nossa Vitória