De olho em 2014, ex-deputados pernambucanos trabalham em busca do mandato perdido

Joaquim Francisco – DP
Dois mil e catorze chegará como um desafio para políticos que, sem mandato, tentarão reconquistar cargos por meio do voto.

Trata-se de ex-deputados que, longe das casas legislativas, se sentem como peixe fora d´água.

Querem recuperar um espaço que, para eles, é essencial a quem tem o tal do “espírito público”. Todos estão em siglas da base do governador Eduardo Campos (PSB).

Quer dizer, além da dificuldade da reconquista da vaga em si, enfrentarão a imensa concorrência de candidatos governistas que buscarão um lugar ao sol no próximo.

O ex-governador Joaquim Francisco, ex-pefelista e hoje no PSB, quer voltar à Câmara dos Deputados de onde saiu em 2006.

Ele, que costuma dizer estar sempre observando a “maçaranduba do tempo”, numa alusão à necessidade se esperar o amadurecimento dos fatos, diz que agora está olhando os lírios do campo.

Em outras palavras, explica estar agindo para viabilizar a postulação.

“Não deixei a vida pública, estou sempre interessado nas questões do país e do estado. Tenho experiência. Amadureci sob o calor de muitos sóis”, diz, acrescentando estar conversando “com velhos e novos amigos”.

“Acredito que tenho muito a contribuir nos três níveis de poder (municipal, estadual e federal)”, afirma.
André de Paula – DP
Também oriundo do PFL (hoje DEM), André de Paula não conseguiu se reeleger deputado federal em 2010, após 22 anos de mandatos no Legislativo.

Mesmo obtendo mais de 63 mil votos (superou quatro eleitos na época), conta ter ciência da eleição adversa que enfrentou e vê o insucesso como contingência natural da vida pública. Hoje presidente estadual do PSD, diz estar com novo fôlego.

“Percorri o estado, fui aos 178 municípios onde o partido está presente, mantive interlocução com deputados, prefeitos e vereadores. Elegemos 21 prefeitos em 2010 e agora pelo menos seis deles me apoiam. Tenho esperança de retomar a minha representatividade. Estou trabalhando 24 horas para isso”. 

José Marcos – DP


A quem lhe pergunta por qual razão quer voltar à Assembleia Legislativa depois de dez anos e já ultrapassando os 70, José Marcos de Lima (PR) diz que a política é vício difícil de se explicar. “Faço essa pergunta a mim, mas não consigo responder”, frisa.

Ele informa que por enquanto é candidato a candidato e que há variáveis a serem consideradas. “Vamos ver se essa reforma política é aprovada. Até agora estou tratando apenas da possibilidade”, explica.

Lima que é empresário do setor de saúde no Sertão diz estar visitando bases no Pajeú e Moxotó. Informa ainda que a permanência no PR é uma incógnita.

Romário Dias – DP
Por sua vez, Romário Dias, que deixou a Assembleia há seis anos para se tornar conselheiro do TCE, já tem até jingle para a campanha do seu retorno à Casa.

Ele informa que seu filho, Leonardo Dias (PSB), eleito em 2010, poderá concorrer a um novo mandato, tentar vaga na Câmara Federal ou mesmo sair da disputa.

Com o espólio eleitoral em família, não deve ter, como os demais, dificuldades nesse caminho de volta. De acordo com Dias, a Assembleia precisa de gente experiente.

“A Casa precisa voltar a observar suas funções de fiscalizar e estar em contato com a sociedade”, afirma. “Quero voltar e conseguir um cargo na Mesa”, avisa ele, que já foi presidente da Casa por três vezes.

Ex-pefelista e hoje sem partido, ele já recebeu convite do PSL e do PTB. Mas diz que só decidirá o destino no início de outubro.
Diario de Pernambuco