Até o próximo mês, o Estado de Pernambuco promete criar unidades de cuidados prolongados para pacientes pediátricos e adultos que dependem de ventilação mecânica. A medida busca, segundo o Governo, otimizar a política de leitos. Atualmente, pacientes com esse perfil ocupam vagas de UTI quando poderiam ser assistidos de outra forma. A portaria de criação dessas unidades específicas foi publicada nesta sexta (6) no Diário Oficial do Estado, mas, nos próximos dias, é que será divulgado o edital para a contratação de hospitais que tenham interesse em se credenciar. O governo pagará diária de R$ 800 por cada paciente. A oferta de leitos para os crônicos foi acordada com o MPPE em outubro de 2016 diante da crise de vagas em UTIs em Pernambuco e apontava que, pelo menos, 100 vagas devam ser criadas.
“Cerca de 10% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes crônicos. Quando eles saírem e forem para os leitos apropriados, vai desafogar e aumentar o número de vagas de UTI”, comentou a promotora Helena Capela, que preside o Inquérito Civil nº 08/2013 sobre a falta de UTI na rede pública do Estado. “Dentro desse inquérito, vimos que, para resolver o problema da insuficiência de leitos de UTI, três coisas precisavam ser feitas: aumentar o número que já existe, reabrir os que foram fechados em 2015 e tirar os pacientes crônicos de UTIs para outros leitos”, comentou. Os três pontos foram discutidos e foi acertado um cronograma que se estenderá entre 2017 e 2018. Foi priorizada a contratação de vagas para crônicos até fevereiro deste ano. Até março, segundo o cronograma, deve acontecer a reabertura de 42 leitos de UTI fechados e, até dezembro de 2018, a ampliação de 97 novos.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a expansão do serviço de Terapia Intensiva é uma das prioridades. Nos últimos dez anos, o número triplicou, saindo de 228 vagas em 2007 para 937 leitos este ano. Desses, 704 são leitos adultos, 114 pediátricos e 119 neonatais. A criação das unidades de cuidados prolongados, que serão custeadas integralmente com recursos do Tesouro Estadual, foi uma proposta e estratégia da própria SES para ampliar a rotatividade e efetividade nos leitos de UTI já existentes. Esses leitos serão voltados para pacientes portadores de doenças ou sequelas crônicas, que, apesar da necessidade de suporte ventilatório, encontram-se estáveis, portanto sem necessidade de cuidados intensivos, mas sem previsão de alta. Sobre a reabertura de leitos fechados, a pasta disse que cerca de 30 leitos já foram reabertos e houve a readequação do setor de Terapia Intensiva do Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, no Recife.
Folha de Pernambuco