O Rio Itapacurá conta com 72 km de extensão e é responsável pelo abastecimento de São Lourenço da Mata, Camaragibe e Zona Sul do Recife, beneficiando cerca de um milhão de pessoas. Pombos e Vitória de Santo Antão são municípios cortados pelo rio, ambos contribuem predominantemente para a degradação do Itapacurá devido ao esgotamento sanitário lançados sem tratamento adequado. “Infelizmente, o rio Itapacurá encontra-se seriamente degradado, desrespeitado e poluído além de extremamente negligenciado por todos, sem exceção”, desabafa o vitoriense Melício Oliveira, em carta enviada aos 11 vereadores da Vitória de Santo Antão.
O apelo foi intermediado pelo vereador Antonio Gabriel do Nascimento – o Toninho (PR), apresentando na Tribuna da Casa Diogo de Braga a necessidade de provocar a Compesa, CPRH, APAC e o Governo de Pernambuco, no sentido de prestarem informações acerca das políticas públicas que possivelmente estão sendo implementadas com a pretensão de amenizar a situação precária em que se encontra o Rio Itapacurá. A cobrança faz parte do teor do Requerimento nº 313/13 de autoria de Toninho aprovado pela unanimidade do legislativo.
“A partir da provocação textual deste vitoriense, é oportuno levantar informações oficiais das ações que os órgãos responsáveis estão desenvolvendo em torno desta problemática, sobretudo após o Ministério da Integração Nacional e o Governo do Estado anunciarem a construção da Adutora que vai extrair água do Itapacurá a fim de abastecer futuramente Moreno, Vitória e Pombos”, reforçou o parlamentar.
Aparteado pelos vereadores Novo da Banca (PSD) e Danda da Feijoada (PR), o autor do requerimento foi parabenizado pela iniciativa e recebe apoio: “É bastante visível os absurdos ocorridos na extensão do rio. Quero externar nossa preocupação quanto às duas empresas que ajudam a degradar o rio nas proximidades do Engarrafamento PITU, quando jogam sistematicamente um líquido preto poluindo aquela área”, denunciou Danda da Feijoada.
A exposição textual aponta que a qualidade na distribuição d’água encontra-se comprometida, tendo o uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações, a deficiência no esgotamento sanitário das cidades que formam a bacia do rio, os resíduos das casas de farinha (manipueira), as dragagens sem controle da retirada de areia e o desmatamento são os principais agentes de degradação do Itapacurá.
ORIGEM
Segundo estudos de historiadores, Tapacurá não existe na língua Tupi – Guarani, mas, sim, Itapacurá, que significa “rio da pedra que tampa” ou “rio da pedra tampada”.