Segundo a secretaria, essa foi a única modalidade de assalto que aumentou
Números da Secretaria de Defesa Social (SDS) consolidados até junho mostram que, apesar de o total de investidas criminosas contra bancos ter se igualado, no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015, várias modalidades tiveram redução. Foi o caso dos roubos (10 contra 18) e roubos e furtos a caixas eletrônicos (28 ante 30). O problema são os furtos: 14 registros, dez a mais que no ano passado (+250%). O uso de maçaricos também cresceu (de 4 para 17, +325%). Para a SDS, há fragilidades na segurança interna das agências, que não têm recebido investimentos das instituições financeiras.
Em nota divulgada na sexta-feira (15), a pasta estadual afirma que os criminosos “conseguem entrar e sair do local sem serem notados”. O prejuízo só é percebido “no dia seguinte ou nas segundas-feiras, quando o ataque ocorre durante os fins de semana”. Para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entretanto, é preciso combater as causas desses crimes, “impedindo que os bandidos tenham acesso fácil a explosivos”, “desbaratando as quadrilhas, o que se faz com ações de inteligência”, e “dificultando o acesso dos bandidos ao produto do crime”. A instituição ainda destaca investimentos da ordem de R$ 9 bilhões em segurança, mas ressalta que, em ataques a caixas eletrônicos, criminosos costumam empregar força desproporcional, com armamentos de elevado poder de destruição.
Conforme antecipado pela Folha, as polícias Civil e Federal anunciaram uma força-tarefa para enfrentar os roubos e furtos a bancos. O objetivo é compartilhar informações sobre grupos criminosos. O reforço ocorre após quatro dias seguidos de explosões ou arrombamentos de agências bancárias, com casos em Buenos Aires (Mata Norte), Orobó e Santa Cruz do Capibaribe (Agreste), além da investida contra dois terminais da Caixa Econômica em Gaibu, no Cabo. Só houve prisões em Buenos Aires, onde outros quatro suspeitos morreram numa troca de tiros com policiais.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, todos os entes envolvidos precisam direcionar esforços para combater a criminalidade. “No Interior, os ladrões têm achado muitas fragilidades. As agências não têm o aparato necessário, nem o policiamento nas cidades é suficiente”, afirma. “É uma questão de segurança bancária, mas sobretudo de segurança pública”, declara.