Uso de larvicida posto em xeque

Fabricante rebate suspeitas de que larvicida cause microcefalia, mas RS suspendeu uso do produto

Em Pernambuco, Estado com maior número de casos suspeitos de microcefalia, a Secretaria de Saúde diz que não há nada científico comprovado que relacione o Pyriproxyfen ao vírus e que “o estudo ainda está em caráter muito inicial”. Mas o governo do Rio Grande do Sul decidiu suspender temporariamente o uso de um larvicida indicado pelo Ministério da Saúde após um estudo argentino apontar a possibilidade de a substância potencializar a má formação cerebral causada pelo vírus da zika. “Decidimos suspender o uso do produto em água para consumo humano até que se tenha uma posição do Ministério da Saúde”, disse João Gabbardo dos Reis, secretário de Saúde do RS. O produto, chamado Pyriproxyfen, é utilizado no combate ao mosquito Aedes aegypti.

A medida foi anunciada no último sábado, dia em que o governo federal faz um mutirão contra o mosquito, no qual a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, visitou Pernambuco. Ela foi cobrada por moradores do Recife por ações mais efetivas, como mais rapidez na elaboração da vacina contra o vírus da zika. A ministra percorreu dois bairros da capital pernambucana e passou pelo Sítio Histórico de Olinda para ver de perto duas ações executadas pela secretaria de saúde do município no monitoramento dos focos do mosquito.

O laboratório fabricante do larvicida Pyriproxyfen rebateu a suspeita de que produto pode causar microcefalia. Em nota, a Sumitomo Chemical disse que não há base científica que comprove danos à saúde provocados pelo larvicida. A empresa diz que o Pyriproxyfen é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em campanhas de saúde pública, como “inseticida-larvicida, controlando vetores de doenças, dentre os quais mosquitos Aedes Aegypti, Culex quinquefasciatus e mosca doméstica”. “O produto é registrado desde 2004 e o Governo brasileiro o vem utilizando como inseticidalarvicida no combate ao Aedes Aegypti. Pyriproxyfen é usado com a mesma função em países como Turquia, Arábia Saudita, Dinamarca, França, Grécia, Holanda, Espanha. Na América Latina, República Dominicana e Colômbia vêm utilizando o produto desde 2010”, acrescenta a empresa.

Folha de Pernambuco, com agências

Foto: Marvin Recinos/AFP

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