A indústria farmacêutica diminuirá o repasse dos descontos para as farmácias e nos próximos 60 dias o consumidor pagará mais caro pelos medicamentos. A medida é resultado da alta de custos de produção impulsionado pela alta do dólar, da gasolina e dos gastos com energia. No mês de abril, a Cmed autoriza reajuste, que varia de 4% e 7%, nos preços dos remédios. Os farmacêuticos não esperavam mais um aumento para este ano.
O presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, explica que 90% da matéria-prima dos medicamentos é importada e com as constantes altas do dólar, a indústria fica sem margem de negociação para continuar oferecendo os descontos ao distribuidor.
O gerente de vendas da Farmácia Permanente na avenida Guararapes, Maviael Monteiro, não espera queda nas vendas. “Os clientes vão pesquisar mais. Como a gente trabalha com medicamentos de uso contínuo, eles precisam efetuar a compra mesmo que seja mais caro”, explica Monteiro. Segundo a presidente da PróGenéricos, Telma Salles, entre as medidas que deverão ser adotadas está a revisão das políticas de descontos aplicados aos genéricos, que devem cair de 60% para 40% nos próximos meses. O proprietário da Farmacinha, Antônio Coutinho, disse que não vai repassar os reajustes ao consumidor. “Aumentar preços agora significa perder clientes”.