Candidatos na reta final do Enem

Em Pernambuco, mais de 390 mil inscritos

Pelo menos sete milhões de estudantes passarão, no próximo fim de semana, por uma maratona de provas que pode garantir a aprovação em uma universidade em todo o País. A uma semana do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é normal que os nervos fiquem à flor da pele. E é necessário que os candidatos estejam preparados. No entanto, segundo professores, tentar estudar nessa reta final pode trazer um coeficiente de nervosismo adicional, por não conseguir aprender ou entender alguns assuntos. Mas, além dos estudos, os feras precisam estar atentos a ter uma alimentação balanceada. Por causa da ansiedade, o aluno pode ter uma tendência a comer a mais ou a menos, o que pode prejudicar o desem­penho na hora H. Em Pernambuco, 390.837 pessoas se inscreveram.

O que a psicóloga Carla Medeiros Lima orienta é que o aluno não fuja da rotina que já tinha estabelecido. “Se ele já seguia um ritmo de estudo, não mudar drasticamente”, comenta. Para a profissional de saúde, o fera tem que aceitar que a ansiedade é natural e faz parte do processo. “O que tem que se fazer é minimizar o nível dessa ansiedade e evitar entrar em medicações”, recomenda. Mas a ansiedade não é só vista nos jovens. Os pais também ficam nervosos. “Eles ficam tão ansiosos quanto os filhos. Mas tem que manter controle e, caso o candidato se depare com os pais alterados, tentar buscar harmonia. É a hora de focar em si e ter maturidade e humor.”

Tentando Medicina pela segunda vez, Lourdes Larissa, 18 anos, está com os nervos à flor da pele. Para descontrair, procura relaxar, sair com amigos e ir à academia, além de diminuir o ritmo de estudos para não atrapalhar o desempenho final. “Às vezes bate o desespero, mas procuro manter a confiança. Estou certa de que fiz a minha parte e o que estudei é suficiente”, disse Lourdes, que revelou que a alimentação dias antes da prova não é das melhores. “Vou tentar levar para as provas comidas mais saudáveis. Mas minha alimentação está péssima.”

Conforme o pedagogo Eduardo Barbosa, que tem ministrado palestras sobre assuntos estruturais e comportamentais com foco no Enem, cada aluno tem que fazer sua autoavaliação e saber quem ele foi no ano de preparação. “Se o estudante cumpriu tudo que havia no plano de estudo e foi disciplinado no decorrer dos meses, a sexta-feira tem que ser sinônimo de descanso”, afirma Barbosa, acrescentando que o ideal é que o fera tenha bom senso e não cometa extravagâncias no dia anterior. No dia da prova, os procedimentos podem parecer clichês, mas todo cuidado é pouco.

Segundo Barbosa, os alunos devem ficar atentos quanto ao horário de abertura (12h, no horário de Brasília) e fechamento dos portões (13h, no horário de Brasília). “Sair de casa com três horas de antecedência é o ideal. Nunca sabemos como estará o trânsito no dia das provas”, alerta. Os candidatos têm que ter em mãos documento de identificação com foto, além do cartão de confirmação e canetas. “Sempre digo que é melhor sobrar do que faltar.”

Alimentação

Depois de um ano inteiro de preparação, é importante estar atento não só às regras do Enem e ao local de prova, mas também à alimentação. A nutricionista Laís Thorpe afirmou que para um bom funcionamento do sistema nervoso é necessário uma alimentação saudável e equilibrada, para, assim, potencializar o aprendizado, melhorar o rendimento dos estudos e diminuir a ansiedade nas vésperas e durante as provas. “É fundamental o consumo de uma dieta equilibrada e que forneça todos os nutrientes necessários ao nosso metabolismo. Não esquecendo da hidratação que também é essencial para o bom funcionamento metabólico basal”, disse Laís. É importante lembrar que alimentos como salgadinhos, biscoitos, chicletes e refrigerantes, além de não terem bom valor nutricional, favorecem a perda da concentração, não sendo bem-vindos nem antes nem durante a realização da prova.

Ainda de acordo com ela, alimentos como nozes, amêndoas e peixes são fontes de ácidos graxos essenciais, que têm importante participação na atividade cerebral e proteção dos neurônios contra radicais livres. “Os ovos são fonte Colina e vitaminas do complexo B, nutrientes importantes para transmissão da informação entre os neurônios, aprendizado e memória. Portanto, também devem ser inseridos na rotina alimentar do estudante”, aconselhou a nutricionista. Ingerir carboidratos, já que são bons fontes de energia para o corpo e cérebro, também é indicado. “Os carboidratos complexos encontrados principalmente nas raízes devem fazer parte da rotina alimentar diária para garantir uma boa reserva energética”, concluiu.

Ainda vale a pena estudar?

Olhar resumos, questões resolvidas e mapas mentais para ativar a memória, deixando-a mais na superfície é o conselho do professor de Química Carlos André. “Tentar estudar agora pode trazer um coeficiente de nervosismo adicional, por não conseguir aprender ou entender algo”, alertou o educador. De­fini­tivamente, disse, a prova do Enem não é conteudista. Segundo ele, a dica nesta contagem regressiva é dominar conceitos básicos da disciplina.

Folha de Pernambuco

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