Ato é contra reajuste só para 10% da classe. Não haverá aulas a partir de segunda
Professores da rede estadual de ensino deflagraram greve por tempo indeterminado em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (10). O encontro, que contou com a participação e o apoio de estudantes, ocorreu no Clube Português, no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife. As aulas serão suspensas a partir de segunda-feira (13). Por volta das 18h, um grupo de docentes deu início a um protesto na avenida Agamenon Magalhães, perto da praça Parque Amorim. A situação do trânsito ficou complicada, no sentido Olinda-Boa Viagem, desde trechos antes do viaduto Independência, que passa sobre a avenida João de Barros. O ato foi encerrado quase uma hora depois.
Para justificar a decisão de cruzar os braços, representantes da categoria disseram que não têm encontrado espaço para diálogo com o Palácio do Campo das Princesas. O clima piorou depois que um projeto de lei que definiu o reajuste do piso da classe, enviado pelo Executivo, foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Com a proposta, os 13,01% de aumento contemplaram apenas os professores da base da carreira, o que equivale a 10% dos profissionais. A categoria pede que todos sejam beneficiados. Na última quarta (8) e quinta-feira (9), os docentes realizaram uma paralisação.
Por meio de nota, o Governo do Estado reafirmou “o compromisso de pagar o Piso Salarial dos professores, com a aprovação da Lei 15.465 de 08 de abril de 2015, conforme determinação do Ministério da Educação (MEC)” e disse que as secretarias de Administração (SAD) e de Educação (SEE) iniciaram a “negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), com vistas a estabelecer percentual de reajuste para os professores com nível superior e que será aplicado a todos os níveis da carreira”.
Foi ressaltado também que, “mesmo antes da realização da primeira rodada de negociação, o Sintepe, em atitude inusitada, já havia decretado ‘estado de greve’ e paralisações, o que não alterou o propósito do Governo de continuar dialogando”. Ainda na versão da gestão estadual, após a terceira rodada de negociação, “o Sintepe rompeu o diálogo e decretou greve”. O Governo “manifesta intenção de continuar negociando, porém não haverá negociação até que haja suspensão da paralisação e consequente retorno ao trabalho”, finalizou a nota.