A regra número 1 é entregar o formulário o quanto antes para não correr o risco de esquecer informações ou de enfrentar falhas no sistema
Quem tiver dificuldades no preenchimento do formulário do Imposto de Renda pode recorrer à seção de perguntas e respostas do Fisco – Foto: Maurenilson/CB/D.A.Press |
Para evitar imprevistos, o assistente administrativo Alexandre Freitas Cordeiro sempre declara o Imposto de Renda o quanto antes. Assim que recebe o informe de rendimentos, ele começa a se organizar. “Gosto de fazer rápido para ficar livre e não ter problemas com o programa perto da data-limite, quando o sistema fica sobrecarregado”, justificou. Este é o terceiro ano no qual ele presta contas à Receita Federal, e, em 2012 e 2013, entregou o documento já no segundo dia. O adiantamento funcionou e ele recebeu a restituição no primeiro lote.
Os especialistas são unânimes na hora de aconselhar os contribuintes: deixar para última hora nunca é bom negócio. Além do risco de, na pressa, esquecer alguma informação importante, eles podem enfrentar congestionamento do sistema e acabarem não conseguindo concluir a declaração antes do encerramento do prazo. “Sem contar que quem entrega o formulário antes tem mais chances de receber a restituição ainda nos primeiros lotes”, como aconteceu com Alexandre, explica o presidente da Federação das Empresas Contábeis (Fenacon), Mario Berti.
“O prazo vai passando, passando e, quando vejo as notícias de que falta só uma semana para o fim, corro para fazer. Bem brasileira mesmo. Sempre dá um desespero, mas sou sortuda e nunca tive problemas”, contou a servidora pública Viviane de Carvalho Ramos. Neste ano, o período disponibilizado pela Receita Federal é menor que em 2013, o que deve servir de alerta a quem gosta de deixar o IR para depois, como Viviane. A abertura é em 6 de março e não no dia 1º, como ocorreu no ano passado. O fechamento do prazo, no entanto, é o mesmo: 30 de abril.
Cuidado redobrado
O presidente da Fenacon aconselha ainda que as pessoas se atentem para não cometerem erros na hora de declarar o IR. “Tem gente, por exemplo, que arredonda os valores ao pedir a dedução, o que significa, com certeza, cair na malha fina, mesmo que sejam alguns centavos”, explicou. Além disso, é importante o contribuinte se informar, no site da Receita, sobre quais são as despesas dedutíveis, sobretudo em relação a gastos com saúde, que são de livre abatimento. “Há quem pense que os desembolsos com óculos ou aparelhos ortodônticos estão incluídos nessa lista, mas apenas a despesa com o médico pode ser abatida”, disse.
O coordenador de Imposto de Renda da HR&Block, Rodrigo Paixão, ressalta ainda que quem trabalhou em mais de um local deve ter atenção redobrada. “Mesmo que a pessoa tenha atuado por um período curto e recebido um valor baixo, se não declarar esse rendimento, pode cair na malha fina, porque a empresa certamente vai informar à Receita que fez aquele pagamento”, explicou. Quem tiver dificuldades no preenchimento do formulário também pode recorrer à seção de perguntas e respostas do Fisco.
» Calendário
As empresas e os bancos têm até 28 de fevereiro para enviar os informes de rendimento aos trabalhadores. Caso não o façam, a recomendação é que o contribuinte procure imediatamente a fonte pagadora ou a instituição financeira. Além disso, preocupe-se em ter em mãos a cópia da declaração do ano passado, documentos que comprovem a distribuição de lucros, a aposentadoria, a pensão, aluguéis, gastos com saúde e boletos da escola ou faculdade dos dependentes.