Em mensagem à Alepe, Estado projeta ano ainda mais difícil

Em carta lida pelo secretário da Casa Civil, governador destaca reflexo da crise econômica no Estado.

Sacrifícios impostos ao Estado pela crise econômica em 2015 deram o tom da mensagem enviada à Assembleia Legislativa pelo governador Paulo Câmara (PSB). A carta foi lida pelo secretário da Casa Civil, Antonio Figueira, durante a reabertura dos trabalhos da Alepe, nesta segunda (1º), e projetou um ano “ainda mais difícil” para a gestão estadual. Nas palavras do chefe do Poder Executivo, o cenário adverso exigirá “mais união e convergência dos agentes públicos e das lideranças políticas, para tornar a realidade pernambucana mais próxima dos anseios da população”.

Na mensagem, o governador citou efeitos da crise em Pernambuco, como o enfraquecimento de setores da economia, a queda nas receitas do Estado, a diminuição da capacidade de investimento público e a redução do poder de compra das famílias. Nesse contexto, algumas decisões tomadas pelo Executivo, como o contingenciamento de despesas, garantiram a continuidade da oferta de serviços públicos aos cidadãos pernambucanos.

“Geramos uma economia de quase R$ 1 bilhão através de um esforço criterioso, que diminuiu custos sem fazer recuar a capacidade do Estado em promover equilíbrio social”, observou Figueira na leitura do texto, ressaltando a atuação do Poder Legislativo durante a apreciação do ajuste fiscal, em setembro. “Registro o agradecimento à Alepe pela compreensão do momento vivido pelo Brasil, colocando-se ao lado do interesse público nessa travessia”, sublinhou.

Educação e saúde também renderam ponderações do Governo. Mereceram ênfase a construção de escolas técnicas e de referência, a reforma de quadras poliesportivas e a ampliação do Programa Ganhe o Mundo, assim como os esforços na investigação e no combate dos casos de microcefalia. “Decretamos situação de emergência e tomamos a iniciativa de alertar o Brasil levando o assunto à opinião pública. Tomamos a dianteira e assumimos um ônus que outros gestores púbicos talvez tenham avaliado ser pesado demais”, afirmou o secretário da Casa Civil.

Os índices crescentes de violência também foram abordados na carta, que relaciona os maus resultados da segurança pública ao aumento do desemprego e à recessão econômica. O texto lamenta ainda a situação do sistema prisional de Pernambuco e do Brasil, mantido “sem financiamento federal que auxilie os Estados a ressocializar seus detentos”.

Figueira ainda aplaudiu a liberação de recursos às pequenas cidades pelo Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (FEM), e as obras nas áreas de abastecimento de água, de mobilidade urbana e de habitação popular. A atração de empreendimentos industriais também valeram menção do secretário. “Pernambuco recebeu investimentos da ordem de R$ 620 milhões, por meio de 87 projetos industriais em 20 municípios, sendo 12 no Interior”, ressaltou.

CONSTITUIÇÃO – Na primeira reunião de cada ano, o governador encaminha à Alepe uma exposição sobre o cenário enfrentado pela Administração estadual, assim como pode solicitar providências aos parlamentares sobre assuntos da competência do Legislativo. O relatório de ações, assinado pelo chefe do Executivo, é dever previsto na Constituição de Pernambuco e permite aos deputados acompanhar as soluções propostas pelo Governo aos problemas do Estado.

Informações da Alepe

Foto: Roberto Soares/Divulgação

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